Você está lendo

QUEM É EDUARDO COUTINHO?


EDUARDO COUTINHO é uma dos maiores documentaristas brasileiros. Seu trabalho é reconhecido pelo alto grau de humanidade sem ser sentimental. Em suas produções apresenta os problemas e aspirações dos marginalizados dando voz ao invés de manipular. Consegui ser político sem ser panfletário.


A formação de Coutinho passa pelo jornalismo, teatro e cinema tendo, curiosamente, cursado Direito em São paulo. Foi revisor e copidesque da revista Visão (1954-1957) e segue para a França estudar no Institut des Hantes Études Cinématographiques (IDHEC) onde, durante esse período, passa também por uma experiência teatral, dirigindo "Pluft, o Fantasminha, de Maria Clara Machado.


COMO TUDO COMEÇOU...


Inicia sua carreira cinematográfica na ficção, dirigindo e roteirizando longas em parcerias com Leon Hirzsman, Eduardo Escorel, Bruno Barreto e Zelito Viana. Entre as filmagens desses longa-metragens, integra-se a vários projetos do CPC da UNE, que lhe possibilitaram os primeiros passos no caminho de documentarista.


Em 1975 integra-se à equipe do Globo Repórter, onde ficou durante nove anos e, segundo o próprio Coutinho, foi uma grande escola que o fez optar pela carreira de documentarista. Os documentários eram o "sujo" que maculava o padrão Globo de qualidade, tornando-se um diferencial também pela abordagem aprofundada dos temas.


Durante sua passagem pelo Globo Repórter realizou Seis Dias em Ouricuri (sobre a seca e a dificuldade de trabalho no sertão), O Pistoleiro de Serra Talhada (sobre o banditismo no nordeste), O Imperador do Sertão (sobre o coronel Teodorico Bezerra) e O Menino de Brodósqui (sobre o pintor Portinari).


CABRA MARCADO: DIVISOR DE ÁGUAS


Seu primeiro grande sucesso foi Cabra marcado para morrer. A sua produção foi iniciada em 1964. O documetário conta a história política do líder da liga camponesa de Sapé (Paraíba), João Pedro Teixeira, assassinado em 1962. No entanto, com o golpe de 31 de março, as forças militares cercam a locação no engenho da Galiléia e interrompem as filmagens.


Dezessete anos depois, o diretor Eduardo Coutinho volta à região e reencontra a viúva de João Pedro, Elisabeth Teixeira -- que até então vivia na clandestinidade -- e muitos dos outros camponeses que haviam atuado no filme antes brutalmente interrompido.


Após o sucesso de Cabra Marcado, Coutinho sai da equipe do Globo Repórter e passa a dedicar-se à produção de documentários em vídeo, além de roteiros de séries para a TV Manchete, como 90 Anos de Cinema Brasileiro e Caminhos da Sobrevivência, de Washington Novaes (sobre poluição em SP).


A partir de 1999, volta à direção de longa-metragens em video digital (posteriormente transferidos para 35mm), realizando Santo Forte (sobre religiosidade popular, através de depoimentos de moradores da favela Vila Parque da Cidade, RJ), premiado como melhor filme no Festival de Brasília.


Em seguida, seguindo os mesmos moldes, filma o longa-metragem Babilônia 2000, no morro da Babilônia, RJ. Do mesmo modo que em Santo Forte, o filme é calcado em depoimentos de moradores, que na virada de 1999 para 2000, dessa vez revelam seus sonhos, frustrações e expectativas para o terceiro milênio.


Filmografia

Roteirista e Diretor:

1966: ABC do Amor (2o. Episódio: O Pacto) (ficção, 35mm);

1968: O Homem que Comprou o Mundo (ficção, 35mm);

1970: Faustão (ficção, 35mm);

Globo Repórter (médias-metragens) - redator, diretor e editor

1976: Seis Dias de Ouricuri /Pistoleiro da Serra Talhada;

1978: Teodorico, Imperador do Sertão;

1980: Portinari, o Menino de Bodosqui;

1981-1984: Cabra Marcado para Morrer (documentário, 35mm)

1987: Santa Marta: Duas Semanas no Morro (média documentário em vídeo);

1989: Volta Redonda, o Memorial da Greve (média documentário em vídeo)

1989: O Jogo da Dívida (média documentário em vídeo)

1991: O Fio da Memória (documentário, 35mm) (Cem Anos de Abolição);

1992: Boca de Lixo (média documentário em vídeo); (rot/dir); e A Lei e a Vida (média documentário em vídeo)

1994: Os Romeiros do Padre Cícero; (média documentário em vídeo)

1999: Santo Forte (documentário, 35mm)

2000: Babilônia 2000 (documentário, 35mm)

2002: Edifício Master

Como roteirista:

1965: A Falecida, dirigido por Leon Hirszsman (ficção 35mm);

1967: Garota de Ipanema, dirigido por Leon Hirszsman (ficção 35mm);

1973: Os Condenados, dirigido por Zelito Viana (ficção 35mm);

1975: Lição de Amor, dirigido por Eduardo Escorel (ficção 35mm);

1976: Dona Flor e Seus Dois Maridos, dirigido por Bruno Barreto (ficção 35mm);

1985-1986: Episódio de "Caminhos da Sobrevivência" (série para TV Manchete de Washington Novaes)

1988: 90 Anos de Cinema Brasileiro (série para TV Manchete em vídeo);



Comentários desta postagem

deixe seu comentário

 

Copyright 2010. Todos os direitos reservados.

RSS Feed. Este blog usa o serviço de hospedagem do Blogger e o tema Modern Clix, desenvolvido por Rodrigo Galindez e customizado por Fernando Ralfer.